domingo, 22 de julho de 2012

Dos "Cadernos de Poesia" : Só Porque É Primavera



O sonho
de quem se casa
faz brotar o mofo
sobre o pão dormido.

O sonho
de quem não se casa
transmuta em vinagre
o vinho adormecido.

O sonho
de quem se liberta
escreverá na névoa
rumo ao novo Céu
sobre a nova Terra.


Words by Livia Soares
Image by David Trulli



sábado, 21 de julho de 2012

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Dos "Cadernos de Poesia": Adaptação




Nossa nudez mal e mal disfarçada
pelo cheiro da terra revolvida,
ensaiamos os primeiros passos
sem o nosso rosário de afliçõezinhas,
a liberdade repentina a nos pesar
feito armadura nova, não sabemos
com que cara, com que roupagem
havemos de contemplar o olhar
do Libertador.


Words by Livia Soares
Image by Maya Deren

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Da Série "Glimpses of Heaven": DOLCISSIMA MARIA (1974)



A emoção perene de imaginar a Mãe de Deus em sua juventude.
Rosa Mística, Torre de Davi, Rainha do Céu, rogai por nós!

Imagem: capa do LP L'Isola di Niente,
do Premiata Forneria Marconi

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Frase do Mês




"OS LIMITES DA MINHA LINGUAGEM DENOTAM OS LIMITES DO MEU MUNDO"

Ludwig Wittgenstein,
Tractatus Logico-Philosophicus

Image by Michael Speranza

domingo, 11 de dezembro de 2011

Da Série "Glimpses of Heaven" KEEP YOUR CHANGE (2011)


Paul Ruark é uma descoberta que não posso deixar de registrar. Foi amor à primeira vista, especialmente quando ele canta: "I'll take my Bible/You keep your change". Assino embaixo.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Notas do Terraço



2. Era pra ser uma notícia sobre o que tenho lido. Mas não vai ser agora. O que tenho lido requer uma organização, uma sequência. O  que tenho a dizer agora é que estou tentando acompanhar o silêncio solene desta hora.O bairro adormecido, os carros quase todos nas garagens, os fiapos da música ao longe. E risos e conversas.E por fim, nem isso.Arrumando a biblioteca, viro presa fácil de antigos cadernos.Quando releio estes escritos, o que mais ressalta é o desespero de uma alma se debatendo: sabendo que Deus está presente, mas tentando negar essa presença, por não se sentir à altura da responsabilidade que Ele lhe reservou em Seus planos.Esse desespero me empurrava para a vaidade, expressa numa necessidade compulsiva de dizer coisas bonitas. Fugir da superficialidade dos ditados, dos chistes, das frases feitas, sentindo que eles têm sua sabedoria. E que, em certos momentos, só a banalidade nos salva. Salva? Mas não, não seria assim. Eis como foi: um dia, Deus teve pena de mim e me libertou da tirania da beleza. Funciona mais ou menos assim: se você tem algo a dizer, saiba que o leitor não se interessa pela sua vida.Não importa como você vive ou viveu. Importa como você leu - e como chegou ao que leu.Se você tem algo a dizer, diga. O estilo virá quase instintivamente - no começo. Mas logo você verá que o instinto não basta - e até pode atrapalhar muito. Você terá que se concentrar na palavra. A palavra que fundou este mundo e com a qual se pleiteia um lugar no Reino dos Céus. Ou, no mínimo, fica-se sabendo que existe um.

Words by Livia Soares
Photo by José Boldt